quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O EVANGELHO MUSICAL - SEGUNDO ZECA BALEIRO

A estética
o branco
o bonítinho
o arrumadinho
saíram de cena.
Naquela tarde, disse o poeta:
— "O urubu de baixo cagou no de cima".
Zeca Baleíro,
o que vende balas,
o camelô
o desprestigiado
o marginalizado
apareceu
Desbundou
de João do Vale a Ferreira Gular.
Malemolente
Preguiçoso
sonhou Caymmi
beijou Caetano
afundou-se em Gil.
Tocou Zabumba
Matraca
cruzou Reggae
Rap
Rock and Roíl.
puxou o passado
jogou no futuro
- "O meu Boi morreu, que será de mim?'
Pirou
na base da embotada
- "Quero que você me diga
o norne de duas meninas"
__ "Uma se chama Aurelina
e a outra é Ursulina,
que vem lá de Petrolina"
__"... mas quero que você me diga
o nome de sete meninas..."
Partiu
para o ritmo
"Nesse dia Bodocó faltou pouco pra virar
Olelê, Olalá"
Pra seguir Zeca Baleiro,
Nego tem que viajar.

Iracema M. Régis

BOI-BUM-BÁ

Bum!.
O boi furou a cerca
Do Sapé fugiu o boi Bumba!
Laçado foi por cordões
De espelhos, gaitas e fitas
Buma-meu-boi
Puxado foi por Zé de Chichica.
No cordão azul
Por João Caboclo, no encarnado
Coitado do boi
Arrastado foi até a.....................
-na frente o Doutor
De lado Dona Catarina
A Burrinha atrás
De Gangorra das Aningas
E do Arraial veio gente
Assistir a morte do boi
Ba!
Bum-bá, meu Boi-Bumbá!...
O povo inconformado chorou
Buá!...
Todo Brasil escutou
-Ceará. Rio Grande do Norte
Goiás
O ba. Bum-bá
O boi renasceu as tintas e telas
De Getúlio Araújo,
O Potiguar
BUMMMMMMMMM...
Furou cerca, furou mundo
E chegou á Mauá.

Iracema M.Régis

SÃO PAULO - 450 ANOS

"São Paulo! comoção da minha Vida..."
Mário de Andrade


"Raça brasileira”
Gilbertiana São Paulo
índios
brancos
negros
“o herói sem nenhum caráter"
Desvairada Paulicéia
dos becos
ruas
“esquinas e suas meninas”
Luz e Avenida São João
de Segall, Portinari
Adoniran, Caetano
Inezita, Vanzolini
Anita, Tarsila
Oswald, Mário
“Sou um, sou trezentos”
somos quatrocentos e cincoenta
São Paulo
a cara do Brasil.

Iracema M. Régis